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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Mulheres são mais complicadas do que os homens


As diferenças genéticas entre homens e mulheres são mais amplas e profundas do que se acreditava. Uma análise detalhada do cromossomo X — o cromossomo sexual feminino — revelou que as mulheres são geneticamente mais complicadas do que os homens. Os cientistas descobriram que os homens têm uma constituição genética que reduziu o tamanho de seu próprio cromossomo sexual, o Y.
A batalha dos sexos no reino animal tem suas raízes numa disputa de 300 milhões de anos entre os cromossomos X e Y, que têm disputado a influência sobre gerações de machos e fêmeas. Num estudo publicado na revista britânica “Nature”, uma equipa internacional mostrou que foi o cromossomo X que manteve a sua integridade, enquanto que o Y perdeu tamanho e poder, tornando-se uma mera sombra da sua antiga forma.
O estudo foi a primeira investigação detalhada dos genes ativos no cromossomo X. Uma consequência da dominância do cromossomo feminino é que os meninos são mais sujeitos a doenças genéticas do que as meninas. Enquanto o Y manteve menos que 100 genes ativos, o X contém mais de mil e é capaz de distribuí-los de forma mais complexa nas mulheres. Isso faz com que o genoma da mulher tenha se tornado significativamente diferente do masculino.
Enquanto a mulher tem dois cromossomos X, o homem tem apenas um, herdado da mãe. O segundo cromossomo sexual do homem é o Y, herdado do pai. Acredita-se que o Y tenha evoluído de uma forma degenerada do X, há 300 milhões de anos.
Huntington Willard, da Universidade de Duke, na Carolina do Norte (EUA), e um dos líderes da pesquisa, disse que a descoberta mostra que nas mulheres o cromossomo X comporta-se de forma muito diferente da observada nos homens.
— Em essência, não há apenas um, mas dois genomas humanos, um masculino e outro feminino — disse Willard.
Supunha-se que uma das duas cópias do X na mulher se mantinha completamente desativada para que corpo feminino não fosse inundado com duas vezes mais genes do X que os homens. Porém, a pesquisa mostrou que só 65% dos genes são desativados. Os demais podem estar ativos em algumas situações, o que poderia explicar algumas diferenças entre os sexos não relacionadas a hormônios. Noutras palavras, diferenças físicas e emocionais entre os sexos podem ter uma origem muito mais profunda.

Além disso, como as meninas têm dois X, defeitos de uma das cópias podem ser corrigidos pela outra. Porém, como os meninos têm apenas uma, eles podem sofrer de doenças hereditárias quando há falhas no X. Exemplos são hemofilia, daltonismo e distrofia muscular de Duchenne. O cientista Mark Ross, do Wellcome Trust, disse que mais de 300 doenças foram associadas a falhas no X. Além disso, 40 genes isolados estão relacionados a condições como lábio leporino e cegueira.

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